Ordem Filicales
Filicales
é a maior ordem do filo Pteridophyta,
com as samambaias mais conhecidas e pelo menos 10,5 mil espécies, cerca de 35
famílias e 320 gêneros. Quanto ao hábito, aparência e característica, pode ser terrestre, epífito, rupícola, herbáceo, trepador ou arborescente. De acordo com a
estrutura e o modo de desenvolvimento de seus esporângios as espécies desta
ordem são homosporadas e leptosporangiadas.
As epífitas crescem em cima de outras plantas sem parasitá-las; as
rupícolas são plantas que vivem sobre paredes, muros ou rochedos; as herbáceas
não apresentam crescimento secundário (crescimento lateral, de engrossamento do
caule), alcançando menos de um metro de altura; as trepadeiras crescem sobre outra
planta ou qualquer superfície; e as arborescentes têm forma e porte próximos ao
de árvores, mas assim não são consideradas por não apresentarem crescimento
secundário.
O leptosporângio é um
tipo de esporângio oriundo de uma única célula inicial, que primeiro produz o
pedicelo e então a cápsula. Cada leptosporângio produz um número relativamente
pequeno de esporos. As Filicales produzem um único tipo de esporos, ou seja,
são homosporadas.
Os
esporângios de Filicales ocorrem nas margens ou na região inferior das folhas, e estão agrupados em soros que podem ter forma e
coloração variada. Os soros, quando jovens, podem ou não ser recobertos por um indúsio (Apêndices especializados da folha que recobrem os soros), que seca quando os
esporângios atingem a maturidade.
Os esporos de
samambaias Filicales dão origem a gametófitos bissexuados e fotossintetizantes de vida
livre,são frequentemente encontrados em locais úmidos, apresentam uma forma
achatada e geralmente cordiforme, conhecido como protalo (gametófito fotossintetizante de vida mais ou menos livre, com forma parecida
de um coração , que possui
vários (rizóides na face ventral).
Apesar de os gametófitos serem bissexuados, a maturação de arquegônios e
anterídios, frequentemente ocorre em momentos distintos, promovendo a
fecundação cruzada. Essa maturação diferencial pode ter um estímulo genético ou
químico. Os anterídios ocorrem principalmente entre os rizóides enquanto os
arquegônios são formados junto a reentrância, um entalhe na extremidade
anterior do gametófito. A água é importante no processo reprodutivo, já que os
anterozóides multiflagelados dependem dela para nadar ate a oosfera.
Os gametófitos
em algumas espécies de samambaias são duradouros e se reproduzem
vegetativamente (de forma assexuada) por meio de gemas, que se desprendem e são
levados pelo vento para formar novas colônias. Nessas espécies os esporófitos
não são formados nem de forma natural nem em laboratorio.
Quanto
ao Estelo (cilindro central situado ao córtex em raízes e caules de plantas
vasculares) a maioria das samambaias tem rizomas sifonostélicos, ou seja, são
pteridofitas mais evoluídas contendo no centro de seu cilindro vascular de
forma não difusa um tecido de preenchimento (parênquima medular) que produzem
um conjunto de folhas a cada ano.
Em
quase todas as samambaias, as folhas jovens são enroladas (cirnicadas),
usualmente denominadas de báculos. Esse tipo de desenvolvimento é conhecido
como vernação cirnicada (do latim: vernatio, que significa ato de mudar a pele
das cobras na primavera ou de certas árvores mudarem a folhagem com o bom tempo + circinare, (arredondar) , ou seja,
o enrolamento se desfaz gradualmente. Essa folha jovem (báculo) cresce dessa forma
para proteger a parte delicada da pteridophyta e ocorre principalmente na ordem
filicales.
Os rizomas e as folhas jovens, báculos,
possuem tricomas (pelos) e escamas de grande importância taxonômica. Bem como os tricomas, a forma e a posição dos
soros, a ocorrência ou não de indúsio, e a forma e posição do ânulo (única camada de
revestimento presente nos (leptosporângios), são características importantes
para a distinção de famílias ou categorias taxonômicas inferiores. Algumas
famílias apresentam folhas dimórficas (crescimento dicotomizado) e são diferenciadas pela
localização de trofófilos (trophos:
alimentar; phyllos: folha) e esporófilos (folha que
porta os esporangios).
O ciclo de vida de polypodium
“Polypodium
é uma samambaia homosporada leptosporangiada da ordem filicales. Os esporos são
produzidos nos esporângios por meiose e depois são dispersos. Os gametófitos
são verdes e nutricionalmente independente na maioria das espécies. Muitos são
aproximadamente condiformes com reentrância apical e possuem somente uma camada
de células de espessuras, outras podem representar formas irregulares que são
mais espessos. Da superfície inferior do gametófito, filamento celulares
especializados, conhecido como rizóides, direcionam-se para dentro do
substrato.
A
superfície interior do gametófito originam arquegônios em forma de garrafa,
cujas as porções inferiores mias alargadas estão inseridas no tecido do
gametófito. O colo do arquegônio é composto por varias fileiras de células.
Os
anterídios são também originados na superfície inferior do gametófito e tem uma
camada protetora estéril. Numerosos anterozóides espiralados e multiflagelados
são produzidos dentro dos anterídios. Quando os anterozóides estão maduros e há
um suprimento adequado de água, os anterídios rompem-se e liberam os
anterozóides, que nadam até o colo do arquegônio.
Na
porção inferior do arquegônio, a oosfera é fecundada e o zigoto resultante
começa a dividir-se imediatamente. O embrião jovem cresce e diferencia-se
diretamente em um esporófito adulto, obtendo sua nutrição a partir por um
tempo, mas logo começa a realizar fotossíntese em quantidade suficiente para
manter-se. Após o esporófito enraizar-se no solo o gametófito desintegra-se”
(RAVEN, 2007).
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