A conquista do ambiente terrestre
Compreender em profundidade algo que compõe o nosso mundo significa recuperar sua historia. Por exemplo, todos nós temos uma historia pessoal e nos tornamos pouco compreensivos se não recorremos a ela e à nossa perspectiva de futuro para entendermos quem somos e por que somos de uma determinada forma.
Como todos os organismos vivos as plantas têm uma longa historia evolutiva. Antes as plantas primitivas que habitavam nossa “Gigante Azul” , se “aventuraram” para o meio terrestre. Mas por que sair de um meio abundante em água,para o meio terrestre? Tal transição foi mais imposta do quer qual quer outra coisa; tendo em vista, que com a turbidez da água e sendo o CO2 e O2 pouco solúvel no meio aquático, as plantas primitivas, perderam os componentes essenciais para fazer fotossíntese, ou seja, não poderia nessas condições produzir seu alimento. “Os requisitos para um organismo fotossintetizante são relativamente simples: luz, água e gás carbônico para a fotossíntese, oxigênio para respiração, e alguns minerais. No ambiente terrestre, a luz é abundante, assim como são o oxigênio e o gás carbônico (ambos os quais circulam mais livremente no ar que na água) e o solo geralmente é mais rico em nutrientes minerais. O fator crítico, portanto, para a transição para a terra, ou como um pesquisador prefere dizer, “para o ar”, é a água.”(RAVEN, 2007).
O primeiro vegetal a conquistar o meio terrestre foi uma alga verde pluricelular de corpo “gelatinoso” indiferenciado onde as trocas gasosas e processos fisiológicos eram feitos na água. Com a transição do meio aquático para o meio terrestre esse ancestral das plantas, que posteriormente deu origem as briófitas (organismo de transição), teve que enfrentar obstáculos. O primeiro obstáculo foi à falta de água no meio circundante. A solução foi o aparecimento de um órgão para retirada de água do meio, ou seja, o desenvolvimento de uma raiz primitiva (rizóides). Como toda solução trás consigo outro problema, o aparecimento de rizóides dividiu a planta primitiva em duas partes, uma terrestre (rizóide) e uma aérea (talóide), expondo a parte área aos raios solares. Para enfrentar esse obstáculo a alga verde pluricelular desenvolveu uma cutícula primitiva para impermeabilizar a parte aérea. Não obstante, com a impermeabilização do talóide ocorreu à restrição de trocas gasosas. A solução foi o desenvolvimento de estômatos (conjuntos de células que controla a entrada e saída de gases). Com o aparecimento de rizóides ocorreu outro problema além da exposição do talóide aos raios solares; como sustentar essa parte aérea? A solução foi desenvolver uma parede celulósica.
É claro que a evolução não para por ai, mas um breve retrospecto sobre sua origem é necessária; como foi elucidado no inicio do texto em questão, “compreender em profundidade algo que compõe o nosso mundo significa recuperar sua historia.” Agora vamos adentrar nas especificidades desse grupo de suma importância tanto ecológica como econômica , no qual se tem poucos estudos.